Data: 07/09/2025
Assunto: Produto Arte # 10 Silencioso duelo musical
Você já sentiu a tal da magia do Rádio?
A minha relação com as rádios sempre foi meio estranha, eu nunca fui um grande ouvinte de rádio, exceto durante dois horários específicos, que tinham programas bem específicos.
Era o Good Times, na 98, e Hora dos Perdidos, na rádio Cidade.
Eu sempre criava uma expectativa de ouvir tocando alguma música que eu conhecia e gostava muito e sabe por quê?
Você sabe? Que bom!
Eu não. 😅
Nunca entendi bem esse curioso sentimento estranho e confortador ao mesmo tempo.
Eu comparo essa sensação com assistir aos hipnotizantes vídeos curtos que viraram moda nestes últimos dois anos.
É claro que a velocidade não é a mesma, enquanto os vídeos curtos têm entre uns e dois minutos, as músicas ficavam na casa dos quatro minutos.
De qualquer forma, parece que os vídeos de hoje aprenderam bem a fazer o que as rádios já faziam desde sempre: criar expectativa.
É o tal gatilho da antecipação.
Tanto durante as chamadas quanto durante os programas, a programação criava aquela expectativa sobre o que estaria por vir, mas sem revelar exatamente o que de fato preencheria nossos ouvidos e corações.
Mágico, né?
Mas então veio a internet.
E no começo, tudo era trevas.
Para ouvir uma música era necessário encarar uma hora (mais ou menos) de um entediante fenômeno um tanto quanto novo (e entediante) na vida dos amantes de música.
O download.
Era um sentimento confuso.
Se por um lado a rádio ainda fazia parte da minha vida, pelo outro eu gostaria mais de escolher a minha playlist.
Mas se eu escolhesse a minha playlist, eu perderia aquele gostinho de desconhecido que me deixava curioso o bastante para ouvir um programa inteiro na rádio.
A essa altura do campeonato, os smartphones estavam começando a se popularizar.
O embate entre música surpresa e playlist selecionada aumentava.
Às vezes era agonizante, ao menos para mim, escolher entre o tédio da minha playlist manjada e a incerteza de um possível som conhecido na rádio.
Então, fez-se a luz.
Alguém teve a brilhante ideia de criar uma plataforma onde era possível ouvir música sem precisar baixar nada além do aplicativo do celular.
Só quem viveu de perto o desespero que era administrar os míseros 64/128/256 MB, sentiu o esperançoso alívio de finalmente poder montar a sua lista, e até mais de uma.
Aquilo foi música para os ouvidos (e coração).
Os aplicativos foram ficando cada vez mais sofisticados, contando até com a possibilidade de acompanhar as letras diretamente pela tela do celular.
E ainda que a música seja estranha ao vasto banco de dados dos apps, a IA entra em cena e resolve o problema gerando rapidamente uma legenda ali na hora.
E por fim, a cereja do bolo, programas inteiros disponíveis para se ouvir na hora que quiser.
A batalha silenciosa finalmente chegou ao fim.
E se você acha que a rádio perdeu? Não mesmo!
As rádios se reinventaram e usam a internet para um montão de coisas, mas isso é tema para outro dia.
Hoje você viu como o mercado fonográfico foi, pouco a pouco e de tecnologia em tecnologia, melhorando e produzindo uma experiência melhor.
E esse é o pulo do gato: melhorar sempre a experiência do cliente.
Desejando sempre o seu sucesso
e com muita estima
Jaime “Mazus” Ferreira
