Copiar não é novidade, muito pelo contrário. O bixo homi aprende imitando, é assim desde que o mundo é mundo.
Mas tem limite, né?
Nem tudo deveria ser copiado. Aliás, quando a cópia vira uma aventura recheada de royalties das visualizações, ela tem nomes.
É roubo, é pirataria, é crime.
Esse muito provavelmente será o Produto Arte que vou ter mais desprazer em escrever. Mas eu preciso escrever mesmo assim, não tem como fugir.
Se por um lado o marketing está infestado de picaretas, por outro as redes falciais estão recheadas de copiadores.
Não seria nada tão grave assim se o objetivo da pirataria não fosse uma das coisas mais elevadas que a humanidade já produziu.
Arte.
Muito me preocupa o fato de pouca gente ou quase ninguém levantar a voz contra esse festival de macacos de imitação que se proliferam sem limites.
Se eu der mole, as minhas crianças aqui em casa têm livre acesso a algum retalho de arte mal feito dos seus desenhos favoritos.
Patrulha Canina, Hello Kitty, Rescue Bots e My Little Pony só para citar alguns.
É a forma mais cruel de pirataria que se pode imaginar: não se copia, mas também não se cria.
Os copiadores de plantão basicamente vivem de produzir uma pseudo arte do produto alheio, assim na maior cara de pau.
E a pior parte é que vão conseguir um número razoável de visualizações, e se não é original ou se está mal feito, pouco importa.
Mas não pense você que o jogo é sujo só de um lado, não mesmo!
A plataforma (SeuTube) também tem parcela de culpa na história. Uma parcela de culpa bem grande já que é devidamente beneficiada pelas generosas visualizações que esse tipo de conteúdo dá.
É… estou botando o dedo na cara mesmo.
Crueldade minha?
Nem de longe.
Você saberia explicar como um título que faz referência direta a um desenho animado não é afetado pelo tal do algoritmo? Isso seria minimamente razoável, né?
É uma condição facilmente colocada via Inteligência Artificial para ser devidamente verificada por um humano.
Mole, mole fácil, fácil.
Mas isso tudo é só o básico. O real problema não está na corrupção da Arte.
Antes de mais nada, por que os pais permitem que os filhos assistam a este tipo de conteúdo? Será que é tão difícil assim orientar as crianças para o que é belo?
Sim, porque essas patéticas imitações são esteticamente feias.
Por mais que as crianças consigam reconhecer os personagens favoritos, a estética dessas atrocidades é, na maioria das vezes, uma ode ao vulgar.
Vou ainda mais longe.
Por que esses piratas de araque não refinam as suas habilidades artísticas para algo próprio? Não é difícil ver que a personalidade, originalidade, criatividade e muito empenho serão, cedo ou tarde, de uma forma ou de outra, recompensados.
É só ver o exemplo do “Mundo Bita”.
Os primeiros desenhos eram horroríveis, mas a música era boa demais para ser ignorada. Tinha uma linguagem infantil muito bem colocada e mensagem clara.
O resultado?
Sucesso total, reconhecimento e uma linha de vários produtos licenciados. Sem contar que o nível técnico das produções que só melhoram dia após dia.
Nada aconteceu do dia para a noite, é claro, eu conheci o Mundo Bita quando minha filhotinha mais velha estava ainda na barriga da minha esposa, hoje ela tem 5 anos.
Pois é.
Agora é com você!
As cartas estão na mesa.
Você vai optar pela criatividade zero e se contentar com as migalhas do mercado.
Ou
Vai buscar colocar personalidade, criatividade e originalidade em tudo que fizer?
Se esse tipo de pensamento ainda faz sentido pra você, o quadro Produto Arte vai continuar entregando o que ninguém mais tem coragem de falar, todo domingo!
Gostaria de ler mais?