De todas as qualidades e defeitos humanos, o deboche e o sarcasmo são as mais sofisticadas.
Faça o seguinte: pegue exemplos Bíblicos, estude o que há de mais elevado e construa um arquétipo de herói perfeito.
Soa interessante?
Sem dúvidas!
Aliás, tanto a indústria dos jogos quanto a indústria do cinema já usam esse recurso desde que o mundo é mundo.
Afinal de contas, o auto sacrifício é a mais elevada forma de altruísmo e abnegação.
Pois bem.
Hora de deturpar essas qualidades, mas mantendo o herói.
O que temos?
O anti-herói.
Mas a ideia de anti-herói por si só não parece tão inovadora assim, né?
Então que tal adicionar doses CAVALARES de sarcasmo e deboche com pitadas de ironia?
Vamos melhorar?
Que tal tudo isso não só nos personagens, mas também em todo roteiro?
Foi por isso que resolvi trazer hoje para vocês a Sociedade da Virtude.
Confesso que, em termos de humor, é a coisa mais divertidamente escrachada que eu vi desde que descobri o One Punch Man.
“Virtude” é tudo que essas esquetes não tem.
Até mesmo temas polêmicos e extremamente politizados como racismo e a homofobia são tratados com uma gozação sem limites.
Ironicamente, esse é o motivo da boa aceitação pelo grande público.
Um dos motivos é a obra se preocupar única e exclusivamente em entregar o que promete, sem se desviar nem para esquerda, nem para a direita.
E, vamos e venhamos, nesses tempos em que a Arte é alvo de intenso bombardeio ideológico, não tem nada mais satisfatório do que ver algo que seja, de fato, original.
E tá certo que “Sociedade da Virtude” tem elementos outros que a fazem ser o belo produto que é, mas, definitivamente, o grande trunfo não tem nada a ver com os traços, o estilo, e até mesmo com a participação de nomes de peso, como o queridinho da galera, Guilherme Briggs.
Veja só como são as coisas.
Todo domingo eu trago um exemplo interessante de Arte devidamente tratada como um Produto.
Perceba que, entre criatividade e boa gestão, sempre achamos um jeito de fazer cascalho.