Dependentes do quê, ué?
Se por um acaso você achou o título estranho e contraditório, você está correto. É sobre isso mesmo.
Hoje é domingão, dia do nosso quadro semanal onde vemos a Arte como um produto.
E eu não tenho outra forma de começar senão com um pouquinho de blá blá blá sobre como a popularização da internet trouxe um cenário novo e independente para o mercado.
Foi mal, mas eu preciso contextualizar, né?
Pois bem, mea culpa feita, vamos explicar esse termo doido que estou jogando na mesa: Música dependente.
E não, não se trata de gravadoras ou coisas do tipo. Eu comentei algo neste sentido no Produto Arte # 2 Quebrando a banca.
É sobre a música como um subproduto, ou se preferir, como um conteúdo desdobrado.
Nesse cenário, quem vem gritando no mercado há alguns anos, é um subgênero conhecido como Game Music, que apesar de forte presença, não pode se desvencilhar da sua fonte primária.
Por exemplo, em que cenário que ouvir a clássica trilha sonora de Super Mário Bros, de Koji Kondo, faz sentido se não for para evocar um sentimento de nostalgia e apego à dupla de encanadores italianos (e bigodudos)?
Infantil demais?
Que tal então, a maestria pura da Michiru Yamane, compositora da lendária trilha sonora de Castlevania: Symphony of the Night? Ouvidos mais atentos vibram com aqueles contracantos Bachianos. Pura inspiração.
Ou até mesmo as sólidas composições de World of Warcraft, que conta com incríveis 8 compositores, entre eles o Russell Brower, Derek Duke e Neal Acree, que também trabalharam na franquia Diablo e foram responsáveis por uma identidade sonora muito marcante na segunda década da Blizzard, então dona dos dois títulos.
(Ah! Aquela cortina de violinos criando tensão…)
Muita gente envolvida?
Que tal um compositor único, só para fechar?
Toby Fox, que além da trilha sonora do famoso Undertale, fez “só” o jogo todo?
(sim ele fez toda a arte e programação sozinho).
Você ainda está comigo?
Excelente, porque agora que vem a boa
Reparou que do título até o momento atual, em nenhum momento eu, o babaca que vos escreve, conseguiu citar uma única trilha sonora sem fazer referência ao jogo para qual ela foi criada?
Dependência?
Não necessariamente.
Todas essas trilhas sonoras funcionam fora do contexto do jogo.
E é esse o pulo do gato.
Apesar de haver uma certa dependência (ou conexão) emocional entre trilha sonora e jogos, a trilha funciona tão bem isoladamente que põe cascalho no bolso das produtoras.
Os fãs adoram ir nos eventos presenciais só para ouvir uma orquestra ou banda tocar ao vivo as trilhas de seus jogos favoritos. E você pensa que para por aí? Não mesmo!
Eles também ouvem a música nas plataformas de streaming, compram a discografia e as partituras para tocar em casa e por aí vai.
Se você pensou em desdobramento de produto, BOA!
Você pensou certo, agora você precisa expandir esse entendimento, mas calma, eu te ajudo!
Primeiramente, estou falando de Game Music porque foi o que mais tomou o cenário da cultura POP. No cinema vemos um movimento parecido com algumas obras icônicas como a da Star Wars, por exemplo.
Segundamente, isso não é sobre música. É sobre criar vínculos cada vez mais profundos com a sua audiência, público, seguidores, clientes ou seja lá o que for.
A música é apenas a ponte, ou seja, é o mensageiro. Poderia ser através de qualquer forma de expressão artística (música, pintura, literatura, escultura, etc.) o que vale é o peso da mensagem que você quer passar.
E a chave para fazer isso com maestria é bem óbvia: focar no produto (ou serviço). Sempre ele.
Porque enquanto houver empreendedor se contentando só com uma vinheta uma simples logomarca, vai haver espaço para quem for mais criativo e ousado.
Sim, fazer isso requer ousadia.
A maioria dos empreendedores nem se dá ao luxo de pensar nisso. Ainda mais nessa bolha esquisita e amorfa do mundo Digital.
Você não vai ver nenhum ghuruzão do Instanão falando sobre criar vínculos profundos através da Arte.
Não mesmo.
Esse tipo de Insight é raro, e você vai ter ele aqui, todo Domingo.
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